quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Calvinismo
João Calvino
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Compreender é uma característica natural do ser humano. A mente humana busca respostas para tudo. Como não conseguimos responder todas as respostas, ficamos em dúvida sobre o que não sabemos. A dúvida quanto ao desconhecido gera medo e apreensão: são os famosos questionamentos existenciais (de onde viemos, para onde vamos, qual o sentido da vida...). a maioria das pessoas, como eu, acham ou descobrem alguma pista destas respostas na religião. Esta explica o desconhecido como sobrenatural, e defende a fé para se acreditar no cientificamente improvável. A curiosidade humana, no entanto, não se estanca nas respostas da religião. O homem que tenta compreender o desconhecido, com a religião passa a querer compreender o Divino. Para isto, surge a Teologia. A partir daí, há uma profissionalização acadêmica do estudo com o surgimento dos teóricos da Teologia e a sistematização de doutrinas religiosas.
Neste contexto, quero discorrer sobre o Calvinismo. A doutrina da predestinação é a base da Igreja Presbiteriana e é tradicionalmente aceita em várias denominações protestantes (evangélicas). Sobre este “dogma” evangélico, quero pontuar algumas opiniões:
- a reforma protestante teve entre as suas principais defesas a livre interpretação das escrituras sagradas. Toda a Teologia Cristã crê que a revelação de Deus foi dada apenas as escritores bíblicos e está só e unicamente na Bíblia Sagrada. O cânon está fechado. Portanto, o Calvinismo se constitui apenas em uma interpretação das Escrituras Sagradas, não é uma revelação de Deus.
- As sagradas escrituras dizem que a coisas para o nosso entendimento, e outras que são somente para o entendimento de Deus, e não são reveladas para o homem. Sendo o Divino sobrenatural e o homem natural, o homem não consegue entender a Deus, apenas crê. Portanto, tentar explicar plenamente os mecanismos pelos quais Deus nos salva é tentar entender a Deus. A própria Bíblia também diz que a salvação é dom de Deus.
Com isto, conclui-se que o Calvinismo não passa de uma vã tentativa de tentar explicar o sobrenatural de Deus. E em se colocando esta doutrina frente ao conceito bíblico de livre arbítrio, se estabelece um mau estar generalizado e fica a impressão de que a religião não oferece respostas concretas, e é neste ponto que esta e outras doutrinas são nocivas à pregação do evangelho, que deve ser simples e objetivo.
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4 comentários:
Legal!!! Vc escrever super bem...
Parabêns!!!! Estou sempre por aqui... :)
Que Deus continue te abençoandooo!!!
também não concordo com alguns sustentáculos da doutina calvinista. Acabei de postar uma análise de uma obnra de Weber, talvez te interesse, envolve, igualmente, religião e calvinismo.
Abraços
aurasacrafames.blogspot.com
Não o conheço, te encontrei visitando outros blogs... Enfim, parabéns, você escreve muito bem! :) Visitarei outras vezes.
Mas se me permite fazer uma humilde observação como membro, a base doutrinária da Igreja Presbiteriana hoje é, sim, o Calvinismo, mas muito diferente daquele pregado na Reforma Protestante, que indicava o trabalho como símbolo de Salvação, dentre outras mudanças. A Predestinação em sí prega a total soberania de Deus, entre os Seus escolhidos, o que somente afirma o seu posicionamento de que "A própria Bíblia também diz que a salvação é dom de Deus."
Sobre o "mau estar" ao se colocar a Predestinação frente ao "conceito bíblico do livre arbítrio", acredito que há uma forma em que ambas se complementam, entendendo que os dois são conceitos bíblicos, e não somente um. Passagens em Salmos, Romanos e Efésios comprovam essa "biblicidade" da Predestinação :)
No mais, concordo que o Evangelho deva ser "simples e objetivo" em sua pregação, mas jamais terá respostas concretas, pois anulará o requisito básico: Fé.
Ewerton Dourado
Não o conheço, te encontrei visitando outros blogs... Enfim, parabéns, você escreve muito bem! :) Visitarei outras vezes.
Mas se me permite fazer uma humilde observação como membro, a base doutrinária da Igreja Presbiteriana hoje é, sim, o Calvinismo, mas muito diferente daquele pregado na Reforma Protestante, que indicava o trabalho como símbolo de Salvação, dentre outras mudanças. A Predestinação em sí prega a total soberania de Deus, entre os Seus escolhidos, o que somente afirma o seu posicionamento de que "A própria Bíblia também diz que a salvação é dom de Deus."
Sobre o "mau estar" ao se colocar a Predestinação frente ao "conceito bíblico do livre arbítrio", acredito que há uma forma em que ambas se complementam, entendendo que os dois são conceitos bíblicos, e não somente um. Passagens em Salmos, Romanos e Efésios comprovam essa "biblicidade" da Predestinação :)
No mais, concordo que o Evangelho deva ser "simples e objetivo" em sua pregação, mas jamais terá respostas concretas, pois anulará o requisito básico: Fé.
Ewerton Dourado
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