terça-feira, 18 de novembro de 2008

Religião: EUA X Europa

ESTADOS UNIDOS: orgulho da liberdade religiosa.
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A revista Veja, em sua edição 2070, de julho deste ano, apresentou uma matéria sobre a importância da religiosidade para os candidatos a presidência dos Estados Unidos e para a nação estadunidense como um todo. O jornalista autor da reportagem destacou a diferença entre Estados Unidos e Europa quanto à religião. Isto porque enquanto 97% dos norte-americanos acreditam em Deus e 55% fazem parte de igrejas protestantes (evangélicas), o velho continente é majoritariamente agnóstico (64% na França, 80% na Suíça, citando exemplos. Na Inglaterra, apenas 22% da população professa a religião oficial do pais, o anglicanismo). Sobre isto, existe uma antiga teoria na Antropologia de que nações civilizadas tendiam a abandonar “mitos” religiosos. Porque então paises como Estados Unidos e Austrália seriam exceção? O questionamento ficou no ar. Eu a primeira vista conclui que era apenas Deus abençoando a nação norte-americana por causa da sua fé, afinal a própria Bíblia diz que “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”.
No entanto, alguns dias depois de ler a reportagem, na aula de Sociologia sobre o sociólogo Alexis de Tocqueville, encontrei uma explicação científico-filosófica para a questão. Tocqueville destaca em sua obra o governo democrático e a noção de liberdade nos Estados Unidos. Tocqueville era francês, e em visita aos Estados Unidos, ele observou o profícuo e eficaz

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EUROPA: uma história marcada pela opressão religiosa.
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sistema democrático daquele país, fundado por religiosos puritanos perseguidos na Europa que viam na América uma espécie de “Canaã”, a terra prometida. Por causa deste ideal de liberdade, os Estados Unidos nunca tiveram religião oficial, ao contrário dos paises europeus, e a liberdade e tolerância religiosa é uma das bases das leis americanas.
A história do outro lado do atlântico é bem diferente. A Europa foi palco por muitos anos do domínio avassalador da religião, com os mais macrabos desmandos cometidos pelo catolicismo medieval. Com a reforma protestante, a única coisa que mudou foram as religiões oficiais impostas pelo Estado (Luterana na Alemanha e Suécia, presbiteriana na Escócia, Anglicana na Inglaterra, etc.). Continuou a opressão religiosa e a união dos poderes de estado e igreja, acarretando a fuga dos puritanos. No século XX, com a separação entre estado e religião, o povo finalmente se libertou das igrejas opressoras, passando a aboli-las gradativamente.
Ai está a explicação para a falta de religião dos europeus e a fartura de religião dos americanos: é uma questão conceitual e histórica. Na Europa, religião significa opressão,enquanto que nos Estados Unidos religião significa liberdade.

* Lembrando que este espaço está aberto a outras teses sobre a questão levantada. Então opine.

7 comentários:

­Luiz Fernando disse...

O Brasil tá cheio de "santinhos perdidos", entregando tudo nas mãos de deus, e veja como estamos. E não é mania de criticar a nação não, eu me refiro ao nosso povo e cultura(?). Às vezes se esquecem de que as divindades não estudam nem dão trabalho, muito menos correm atrás de nada para as nossas vidas, cheias de fé ou não.

Anônimo disse...

Compreendo o que diz. MAs como Historiador nao e possivel simplificar a quetao assim. De maneira alguma descartar, mas ha outras visoes que devem ser levadas em consideracao para essa analise. Independente disso. Valeu pela reflexao. Sempre e bom encontrar um bom texto para ler.
Abrcs

Márcio Daniel Ramos disse...

primeiramente, é Deus.

eu respeito todas as opniões, mais eu acredito que Deus inlui sim nas nossas vidas. é preciso tambem diferenciar a jenuina mensagem pregada por Jesus Cristo de práticas religiosas que passam ao largo da pregação de Jesus...

Unknown disse...

gostei...
parabeins pelo blog e pelo belo post

http://a-casa-da-morte.blogspot.com/

flw's

ArchNovation disse...

Tudo isso se resume naquela velha história de que religião não se descute....
Agora o kra só não pode achar que ter fé e fik sentado assistindo sessão da tarde vai resolver a vida......
Mas ai cada um com sua opnião né...hehehe
..........
Muito bom o blog........
abraço......

Wander Veroni Maia disse...

Oi, Daniel!

Acho que é pq a religião está muito ligada a formação cultural dessas sociedades. Ter fé ou religião, não é motivo parar se envergonhar. O que vejo, como leigo, é que a religião protestante é mais aberta para aceitar descobertas científicas, por exemplo, do que a católica. Quando a religião sabe do seu papel, que é o da fé, e não de se predispor com a ciência, acho que há um caminho interessante para enraização dela na cultura.

Abraço,

=]

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http://cafecomnoticias.blogspot.com

Paulão Fardadão Cheio de Bala disse...

Religião é uma coisa. Máquina instuída para lucrar com a fé alheia é outra. As eleições americanas são pródigas em exemplos da segunda opção.