quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Greves no Brasil

CORREIOS - duas greves em um só ano.


No Brasil, as paralisações são um dos maiores problemas do caótico serviço público brasileiro. As causas destes problemas estão ligadas à realidade do sistema sindical, a seguir:
- Sindicatos do setor privado – controlados pela classe patronal.
- Sindicatos do setor público – controlados ou influenciados por grupos políticos.
- Sindicatos Autônomos controlados pela classe trabalhadora – nenhum.
Na iniciativa privada não a greves, salvo poucas exceções por razões isoladas: a greve dos motoristas e cobradores de Campina Grande foi incentivada pela própria classe patronal. Aparentemente os funcionários alegavam a causa mãe de todas as greves: baixos salários. Só que nos bastidores correu o forte boato de que os empresários donos das empresas que prestam o serviço haviam permitido a greve para pressionar a prefeitura para aumentar a tarifa urbana de transportes coletivos, aumentando assim o lucro dos empresários. Outra exceção são as paralisações que abrangem empregados comuns aos dois setores, como bancários e professores. Mais em geral, no ramo privado nunca a negociações concretas e as ditas paralisações acabam sendo apenas simbólicas.
LULA – símbolo do movimento sindical, quando este ainda tinha alguma
legitimidade.
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No funcionalismo público são comuns e freqüentes as greves, quase sempre organizadas por sindicatos ligados a partido A, que fazem oposição ao partido B, este que detém o governo, para desestabilizar-lo. Estas greves, que raramente tem motivos justos, duram por meses, visto a indisposição (leia-se vergonha) dos governos em admitirem sua posição de reféns de tais paralisações. No final das contas, prejudicada a população que sofre com um dos mais caros serviços públicos do mundo.
Então se a culpa de tudo é dos sindicatos, porque não dissolvê-los? Isto seria inviável, pois os sindicatos são tradicionalmente sindicatos, apesar de praticamente inúteis, são um símbolo dos direitos do trabalhador, portanto a dissolução destes seria considerada um atentado às instituições democráticas, e a imprensa faria todo o sensacionalismo a que está acostumada.
Conclusão: a justiça precisa fiscalizar os sindicatos e elaborar uma legislação de controle e restrição de greves. Isso não é fácil. Por quê? Ai já é outra história...

4 comentários:

Alcione Torres disse...

Realmente, as greves não funcionam como deveriam por causa dos desmandos de quem controla.

Ane disse...

Se os trabalhadores recebessem seus direitos de forma correta, seus salários e tals, não seria necessário fazer greves.

Wander Veroni Maia disse...

Oi, Márcio!

Tb sou contra greve, principalmente no ramo de serviço público como saúde, educação e transporte público. Defendo que não é com a paralização destes serviços que os funcionários públicos vão conseguir alguma coisa ou melhorar a nossa sociedade.

O melhor protesto que eles podem fazer é oferecer um serviço de qualidade. Caso não há condição para isso, não só a imprensa e o Ministério Público devem ser chamados para punir a administração pública.

No caso de protesto por salários, no caso do transporte coletivo, por exemplo, deveria ser os motoristas e cobradores rodarem pela cidade de forma gratuita, forçando os patrões (e a prefeitura) a reduzir a tarifa e aumentar os salários.

Gostei da reflexão e da incitação ao debate.

Grande abraço,

=]
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http://cafecomnoticias.blogspot.com

Fernanda Santiago Valente disse...

Greve n�o funciona.

Gostei muito das cr�ticas do seu blog, e gostei tb de vc ter colocado a B�blia como um dos seus livros favoritos.

um abra�o,