domingo, 1 de fevereiro de 2009

O Paraíso dos Concursos

Quem conhecia o funcionalismo público empestado de apadrinhados políticos que saiam e entravam das repartições segundo seus pistolões segurassem a caneta com a qual assinavam suas nomeações precárias, se surpreende ao observar o noticiário do Estado da Paraíba. Se antes se fazia concursos raramente, concursos estes que não supriam as necessidades dos órgãos do governo propositalmente para que houvesse vagas suficientes para o exército de Sos-reis dos politiqueiros coronéis, agora o que se ver são concursos em excesso.
Exemplificando, semana passada o governador do Estado anunciou a chamada de 1000 candidatos no concurso da política militar. O fato que impressiona é que já haviam sido chamados todos os aprovados segundo a quantidade de vagas oferecidas no Edital, que se não me engano, eram 1000 vagas. Ou seja, se não estiverem erradas minhas informações, serão nomeados 100% mais policiais do que previa o edital, e considerando que a lista de espera só tinha 400 pessoas, isso quer dizer que 600 que não tinham nenhuma esperança de entrarem no serviço público serão nomeados nos próximos dias.
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CASSIO, O GOVERNADOR DA PARAÍBA: 27 concursos publicos durante 6 anos de administração

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Segundo as palavras do próprio governador Cássio Cunha Lima em seu programa semanal de rádio, se não tivessem sido chamados estes 1000 candidatos, teria que ser feito um novo concurso público, o que iria onerar os cofres públicos, daí a razão da convocação de não-classificados.
Eu completaria que diante das conjecturas políticas de iminente cassação do governador, não haveria tempo hábil para a realização de um novo concurso, visto que o senador José Maranhão (que será o novo governador do estado em se confirmando a cassação do atual), não tem um histórico de realizar concursos (ele foi governador da Paraíba em dois mandatos).
Fora isto, nos últimos 6 anos houveram cerca de 27 concursos para diversos setores do governo do Estado.
Ressalta-se que isto não melhora muito a qualidade do serviço público. Os novos policiais civis, por exemplo, mal tomaram posse e já tiveram o ponto cortado por que passaram dias sem trabalhar em uma greve ilegal.
A solução para um serviço público de qualidade seriam mecanismos para avaliar a eficiência dos servidores. Hoje funcionário público tem obrigação de comparecer ao recinto de trabalho. Não é cobrada eficiência. Enquanto for praticamente impossível demitir um funcionário público, por pior que ele seja, não haverá serviços públicos eficientes. Ainda há muito a mudar. Acabar com a praga dos funcionários apadrinhados só é o começo...

Um comentário:

Gui Vilanova disse...

Passando pra deixar minha marca =)

Deus abençõe mtooo