segunda-feira, 27 de abril de 2009

Centralização do Poder [Parte 1]

Dominando a paisagem, o Congresso nacional. No detalhe, o Palácio do Planalto: PODER CENTRALIZADO
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Uma de minhas opiniões mais contestadas é a minha crítica à centralização do poder no Brasil. Sobre este tema, o texto abaixo é um artigo do colunista Marcos Tavares, do Jornal da Paraíba, publicado na edição do dia 18 de Abril deste ano. Ainda este mês de Maio vou transmitir com minhas palavras este assunto. Por hoje, ficam as palavras dele:
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A Pobreza Municipal
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Marcos Tavares
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Nós somos sul-americanos, brasileiros, nordestinos, paraibanos, mas antes de tudo somos o município onde vivemos. Ninguém vive na esfera federal ou estadual. Mora-se, trabalha-se, estuda-se e leva-se a vida no município que é a nossa ligação mais íntima e fraterna com essa federação de faz de contas que é o Brasil. Por isso quando a crise chega ao município ela deixa de ser notícia e passa a ser uma realidade que bate à nossa porta, com queda na qualidade dos serviços, mais pobreza, falta de oportunidades e desesperança.Desde nossos primórdios somos um país centralizador. Com a falência do sistema de capitanias, decidiu El-Rei em sua sabedoria que só um governo central de pulso forte poderia fazer prosperar essa Ilha de Vera Cruz. E assim foi. Primeiro a Bahia, depois o Rio de Janeiro até que o mineiro Juscelino - talvez por não amar o mar - levou todo poder para os confins do planalto central, em Brasília, onde ele construiu sua capital dos sonhos. É de Brasília que partem os muitos males e as poucas benesses para nossos municípios, constantemente de pires na mão implorando mais atenção e dinheiro do poder central.Lula não foi diferente dos outros. Ele faz pirotécnica financeira com a verba que seria dos municípios para manter forte o poder central. Quando ele abaixa ou retira tributos como o IPI, sobra para o município que tem seus repasses diminuídos a quase nada, e, como essa é a única fonte de recursos da maioria dessas pequenas localidades, instala-se o caos no Brasil para que bancos e montadoras continuem a progredir em meio à crise. Ou seja, o Brasil pobre paga para que o Brasil rico não pare.Todas as medidas e promessas tomadas e prometidas em prol da salvação municipal são paliativas. Não precisamos mais de esmolas, mas sim de uma legislação mais justa que reparta os tributos privilegiando quem os gera e não quem os cobra. O carro comprado em Coxixola deve pagar impostos em Coxixola e não deixar esse dinheiro enriquecendo São Paulo. São distorções como essa que condenam nossa federação a ser um monstro de cabeça enorme e rabo muito longo, longo e pobre que depende sempre dos favores do governo central para pelo menos continuar existindo.

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