terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sobre a atual discussão em torno da UEPB

O que vejo no específico é oportunismo político por parte Reitoria: Até agora o que vi foram especulações e jogo de palavras (que acabam se tornando inverdades) da administração central da UEPB, confrontadas com a realidade dos fatos apresentada pelos representantes do governo do estado. O que eu perguntaria aos representantes da gestão central da UEPB é o seguinte: se "o estado rasga a LEI de autonomia da UEPB", então porque a questão não é resolvida na justiça. Ora, se há descumpridores de lei, então cabe processo, cabe Ministério público, caberia até prisão de Ricardo Cotinho (cito aqui esse discurso pobre de muitos que pessoaliza os governos e apequena os debates, que acho temerário).

No mais geral, eu entendo que o maior problema da UEPB é a irresponsável e inconseqüente política de expansão empreendida em comum acordo entre gestão da UEPB e governo estadual desde a lei da autonomia. A realidade que vejo é que desde a autonomia financeira, o orçamento da UEPB tem crescido não para a melhora qualitativa da instituição, mas sim para a abertura de novos campi com motivações políticas (os governadores trocam campus da UEPB por votos e apoio de prefeitos).

O inchaço apenas quantitativo da UEPB provocou o que temos hoje: uma universidade grande demais que o estado da Paraíba (um dos mais pobres do Brasil) tem grandes dificuldades de custear. Eu entendo que deveria haver por parte do governo estadual um condicionamento para aumento do duodécimo, q seria aumentado gradualmente até 7% (que pelo que sei é o previsto), desde q a gestão da UEPB firmasse o compromisso de investir os recursos anexados prioritariamente não para abertura de novos campi, mas para a melhora qualitativa da instituição.

É interessante lembrar que todos, inclusive os líderes do chamado movimento "estudantil" (que na maioria dos casos não passa de palanque ideológico de determinados grupos de esquerda), foram e ainda são plenamente favoráveis à expansão sem qualidade da UEPB, crendo na máxima de que é melhor universalizar sem qualidade do que não universalizar. Ora, vejam só o exemplo do q aconteceu com o Ensino Fundamental durante o governo FHC: Se universalizou sem qualidade e hoje não vale mais nada.

Hoje, a grandeza acadêmica da UEPB se deve tão somente ao esforço dos estudantes, que estudam em muitos casos em prédios condenados, muitas vezes com grandes dificuldades em acessar material didático e com uma assistência estudantil que é uma piada de tão vergonhosa e insuficiente (Ex.: bolsas no valor de cento e poucos reais). Isso porque a depender da gestão central da UEPB, esta instituição daria o mesmo resultado que deu o Ensino Fundamental nacionalmente nos anos da universalização.

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