terça-feira, 11 de agosto de 2009

Para Sociólogos e estudantes de Humanas 2

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Operários, quadro de Tarsila do Amaral - 1933
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Em 2008, às portas de entrar no Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Campina Grande, sentia eu que poucas pessoas, dentro e fora da comunidade acadêmica, conheciam o trabalho de um cientista social. As Ciências Sociais parecem estar enclausuradas às universidades, como sendo uma ciência abstrata que não teria muito a oferecer à grande massa.
Isto é um grande equívoco. A Sociologia já nasceu da latente necessidade de uma ciência que estudasse especificamente a sociedade, e principalmente no nosso contexto pós-moderno é essencial que se estude o comportamento, as transformações e os fascinantes fenômenos da sociedade. A obrigatoriedade do ensino de Sociologia na Educação Básica deve ter o propósito de aproximar a Sociologia do seu próprio objeto de estudo, a sociedade. Digo deve, porque isto depende dos próprios Sociólogos, e da atuação destes no Ensino. O cientista social deve se desprender de uma análise contemplativa da sociedade, mais pode e deve ser agente transformador dela.
A quem diga que o Sociólogo é em essência um rebelde. Rebelde não no sentido de anárquico, mais no sentido de pensar diferente, dizer o novo, escandalizar a própria sociedade com descobertas não perceptíveis ao senso comum. Sendo assim, nada mais natural para o Sociólogo fazer com que a sociedade se veja com um novo olhar, que pode ser crítico, subjetivo, científico, e até revolucionário.
Hoje, no Brasil, vivemos em uma relativa democracia que nos permite a livre manifestação de pensamento. Isto significa liberdade da academia para pensar e criar o pensamento contemporâneo. Podemos, portanto, contribuir, decisivamente, para o progresso do Brasil!

* Texto que escrevi como editorial do blog do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFCG, O Caderno Social Online.

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