sexta-feira, 6 de maio de 2011

Algumas considerações sobre a greve dos docentes na UEPB

Falo aqui como estudante e como cidadão, alguns comentários acerca de fatos ocorridos entre quarta-feira e hoje.

Em reunião com a reitora e com as entidades, o governador da Paraíba Ricardo Coutinho acatou a todas as reivindicações apesentadas pelo sindicato dos professores (ADUEPB) e por outras entidades da UEPB. A reunião foi realizada um dia antes exatamente pra apresentar o comprometimento do governo com a UEPB e evitar a greve, e durou cerca de quatro horas, e Só terminou após a meia noite...

Porem, os professores simplesmente não acreditaram nas palavras do governador e de um documento assinado pela reitora, pois queriam um documento por escrito assinado por Ricardo Coutinho. Por isso, e somente por isso, decidiram continuar ESSA GREVE RIDÍCULA.

Como a UEPB é autônoma, a gestora é a Reitora Marlene. Os grevistas não negociam com ela porque não trata de questão salarial. A função do governo é somente dar o dinheiro, e ai a reitora faz o que quiser com ele (como por exemplo abrir mais um campus, que é o que ela pretende fazer). O estado se comprometeu a recalcular o duodécimo e pagar tudo o que deve, pretende fazer). O estado se comprometeu a recalcular o duodécimo e pagar tudo o que deve, inclusive o que Maranhão caloteou ano passado. Mais só que mesmo assim iniciaram a greve porque não acreditaram no governador e queriam um papel assinado por ele. É A GREVE POR CAUSA DE UM PAPEL!

A essa altura muitos professores da UEPB já devem estar em camboinha desfrutando de seus ótimos salários, enquanto os alunos e a comunidade são prejudicados.

Digo isso por fui a vi o show de horrores que foi a assembléia dos professores e a reunião do comando de greve ontem.

Depois da fala do professor Andrade, fazendo o relato detalhado da positiva reunião com o governador, disseram simplesmente que não acreditavam, incitaram a platéia e manipularam os estudantes presentes em favor da greve, puxaram gritos de guerra, alguns se agrediram fisicamente entre si publicamente, fizeram ataques pessoais contra a diretoria do sindicato que se manifestou contra a greve, e de forma mais que truculenta aprovaram a continuidade da greve, com votos inclusive de professores que nem eram sindicalizados (o mesa não teve pulso pra assegurar o cumprimento do estatuto do sindicato que diz que só os filiados votam, porque os favoráveis a greve fizeram coro com os estudantes presentes dizendo que era postura ditatorial não permitir que quem não era filiado ao sindicato votasse também). Foi uma confusão lamentável. Foi triste pra mim especialmente ver os estudantes sendo manipulados daquela maneira.

a tarde na reunião do comando de greve, seguiu-se a esparrela. Não parecia um comando de greve, parecia um comando difamatório contra Ricardo Coutinho. Cada fala de professor era com citações acerca da personalidade de Ricardo Coutinho. Uma professora disse que descreu do acordo firmado entre Ricardo e a UEPB por achar impossível o acordo, impossível de Ricardo cumprir o que disse, porque Ricardo era isso, Ricardo era aquilo...

Fiquei horrorizado com o que presenciei.

Os grevistas não querem negociar, querem a greve de qualquer jeito, querem férias fora de época a qualquer custo. E não estão nem preocupados com a repercussão porque no final das contas eles vão pras suas casas e é a direção da ADUEPB que vai ter que aparecer na imprensa e fazer a luta por uma greve completamente inoportuna e sem razão. E também porque o movimento, associado a outros, será visto por muitos como resultado do “desgoverno de Ricardo” e ponto.

Acredito que a greve termina logo, já que como o governo do estado já entrou em acordo com a UEPB, os grevistas não têm mais discurso, não tem mais o que reivindicar, senão o bendito papel ou a execução do acordo sem precisam do papel, ou até o ponto deles ser cortado (acho que a terceira opção é o que ele realmente merecem).
No final das contas, os grevistas não vão se prejudicar em nada, já os estudantes e a sociedade, esses sim pagarão o preço.

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