sábado, 25 de outubro de 2008

A Favorita, Futebol e Eleições

A despolitização em Campina Grande chega a níveis alarmantes. A classe baixa é viciada em “benesses” pré-eleitorais conhecidas como “compra de votos” nos dias que antecedem as eleições, segunda vários relatos, moradores de bairros periféricos passam a madrugada nas calçadas, anunciando disponibilidade a agentes políticos, muitas destas pessoas conseguem ganhar objetos, notas de R$50,00 e R$100,00, e em troca oferecem o voto. Mais isto eu acho que toda idade tem. Campina Grande tem outras peculiaridades em matéria de eleições.
O pleito é sempre polarizado em duas grandes forças. Estas duas demarcam território enfeitando as fachadas das residências de correligionários com bandeiras, fitas e adesivos vermelhos ou amarelos, dependendo do partido. O voto da maioria é cristalizado, ou seja, é independente de ações, propostas, postura ética ou histórico do candidato escolhido.
As eleições acabam recebendo uma conotação futebolística: são cores características, gritos de guerra, gestos e provocações recíprocas. Exemplo disto é que entre os eleitores mais “engraçadinhos”, os dois candidatos que disputam o 2º turno são também conhecidos como “Flora” e “Catarina”, numa referencia a personagens da novela “A Favorita”, da Rede Globo. Os personagens “Silveirinha” “Dody” e “Léo” também são atribuídos a aliados políticos das duas partes. Nos carros de som são ouvidas músicas que agridem pessoal e moralmente os candidatos, sem “dar nome aos bois”, numa linguagem subliminar que só é entendida pelos moradores. Ainda reiterando o caráter futebolístico das eleições, o lema de um dos candidatos é “Vote em Xxxxx no peito e na raça”. Termos de futebol.
A máquina pública também é usada de forma escandalosa. Os concursos públicos são feitos propositalmente a não preencherem todas as vagas disponíveis, para que o gestor público possa empregar os seus apadrinhados políticos em regime comissionados. Estes últimos muitas vezes não passam de cabos eleitorais remunerados com verbas públicas.
Tudo isto entristece e decepciona os poucos eleitores conscientes, como eu. E que ninguém coloque a culpa disto tudo só nos políticos, mais a população inconsciente é a principal responsável por toda esta politicagem. Como estudante de política (uma das áreas das Ciências Sociais) eu discuto regularmente tudo isto, e voto analisando histórico, experiência, ações e propostas do meu candidato. No entanto é difícil encontrar hoje alguém que ainda tenha alguma esperança, que não esteja contaminado pela alienação idólatra nos candidatos da cidade, ou que não seja dependente de favores ilegais. Essa foi, pra mim, a eleição mais baixo nível e mais imoral da história de Campina Grande.

Um comentário:

Calango disse...

Q loko cara...

eu tbm sou de campina meu irmão!

ehhehe

mas eh verdade essa mundiçada vendendo votos!